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Corvette Stingray 1963: o melhor de Detroit

O Corvette chegou ao mercado em 1954. E mudou alguns conceitos. Um deles foi a utilização do fiberglass na indústria automotiva. Um dos folhetos de propaganda de época trazia apenas um homem levantando a carroceria.

Se fizermos uma analogia era o mesmo que ver alguém amassando uma latinha de cerveja na década de 80, quando as marcas brasileiras ainda não utilizavam alumínio na fabricação. Parecia quase inacreditável.

Coincidentemente esse foi o carro antigo com o qual passei mais tempo. Um dia todo, na verdade. O dono me entregou logo cedo e pudemos pensar e repensar as passagens, além de queimar bastante combustível pela cidade. Isso é bem fácil com esse V8.

No início dos anos 60 era hora de mudar o estilo. E de forma radical. Um conceito chamado de Mako Shark foi criado. Como o nome sugere a inspiração veio do mar e dos temidos tubarões. O pessoal gostou e botou a idéia em prática.

O Vette 63 é o mais raro de todos. Além de ser o primeiro Stingray traz o vidro traseiro bipartido, algo que foi utilizado pela Chevrolet somente naquele ano. Por essa razão ele é quase um patrimônio norte-americano e tem fãs por todo o mundo.

O motor de 5,4 litros tem 327 polegadas cúbicas, um clássico da marca. Com quadrijet e outros acertos entrega 300 cv. Isso somado ao tamanho compacto e carroceria de fibra de vidro faz dele um brinquedo interessante para rabeadas e acelerações bruscas.

Ao contrário daquele Plymouht Road Runner com o motor Hemi, o Corvette não ocupa muito espaço no trânsito. Mas chama a atenção. Provavelmente é a fórmula que traz faróis escamoteáveis, rodas raiadas e o ronco único do V8, borbulhando mesmo em marcha lenta.

Internamente o carro também veste o motorista. É um daqueles em que nos sentimos bem e a impressão é que o dia nunca vai terminar. E nem a estrada. Ah, só a gasolina, consumida de forma rápida e muito bem aproveitada, por sinal.

Os números das revistas especializadas de época confirmam: é um legítimo carro-esporte. O 0 a 100 é coberto em 6,2 segundos e a velocidade máxima…Bom, quem se importa? Não é um carro para acelerar até o fim, mas pra curtir o passeio e deixar marcas pretas no asfalto.

No final da tarde a luz foi indo embora e até pegamos um pouco de chuva. Sem problema. Quando devolvi ao dono, estava com um belo sorriso no rosto. Olhei o Vette pela última vez e nos despedimos com um “até breve”. O restante vocês conferem na matéria em vídeo. Até mais!

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Renato Bellote, 44, é jornalista automotivo em São Paulo e colunista dos portais IG e Carsughi. Nesse canal traz avaliações a bordo de clássicos, superesportivos, picapes e modelos atuais do mercado.

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